Na pacata Bélgica, um enigma desafiou as cortes: um motorista acusado de dirigir sob influência alcoólica foi inocentado ao alegar sofrer da misteriosa “síndrome da autocervejaria“. Imagine só, um mal que transforma o corpo em uma destilaria ambulante, produzindo álcool sem sequer tocar numa gota!
Tudo aconteceu nas ruas de Bruxelas, durante uma blitz policial. Os bafômetros não mentem, mostraram um teor alcoólico no sangue acima do permitido. Porém, o réu trouxe à tona evidências médicas que comprovavam sua condição peculiar.
A tal síndrome, apelidada também de “fermentação intestinal“, é uma espécie de feitiço gastronômico onde o organismo transforma carboidratos em coquetéis, sem passar pela etapa do brinde. Normalmente, as bactérias do intestino fazem essa conversão em doses homeopáticas, mas no caso desse homem, a coisa toda estava numa ebulição!
Os doutores explicaram que nosso amigo tinha uma levedura intestinal com talento especial para transformar açúcares em álcool, de maneira mais eficiente que o normal. Resultado: níveis etílicos elevados, sem que ele tocasse num gole.
O tribunal, diante desses fatos tão extraordinários, não teve alternativa senão absolvê-lo. O juiz ponderou que, dado o caráter excepcional do caso, seria injusto julgá-lo como se tivesse bebido voluntariamente.
E assim, o enigma foi solucionado nas entranhas do sistema legal belga. Mas a questão permanece: como discernir entre quem bebe por opção e quem tem um destilador interno? A “síndrome da autocervejaria” pode ser rara, mas nos faz refletir sobre os desafios que a Justiça enfrenta ao lidar com casos tão insólitos.
Ao final, o homem saiu absolvido, mas seu caso permanecerá como um conto peculiar na história judicial belga. Afinal, quem poderia imaginar que o corpo humano poderia abrigar uma fábrica de bebidas alcoólicas?